17ª Jornada de Agroecologia | Curitiba-PR

PROGRAMAÇÃO GERAL

:: 6 de junho, quarta-feira ::

9h – Recepção e orientação das caravanas
Credenciamento (local a confirmar).

14h – Abertura do Túnel do Tempo: A história da agricultura, a luta pela terra e a construção do Projeto Popular para o Brasil
Com participação de Escolas e Colégios do Campo do Paraná.

Local: Pátio da Reitoria da UFPR, Rua XV de Novembro, 1299, Centro.

16h – Abertura da Feira da Reforma Agrária, da Agricultura Familiar e da Economia Solidária
16h – Abertura da Culinária da Terra
Horário de funcionamento: no dia 6, o encerramento das duas atividades será às 20h, e de 7 a 9 o horário de funcionamento será das 8h às 20h. 
Local: Praça Santos Andrade. 

19h – Ato Político e Cultural de Abertura da 17ª Jornada de Agroecologia
Mística de Abertura
Conferência: Os desafios atuais da humanidade e o cuidado com a casa comum
Com Leonardo Boff, teólogo.
Apresentação artística: Letícia Sabatella e Trupe dos Encantados.
Lançamento do Livro: “Brasil, Concluir a refundação ou prolongar a dependência” de Leonardo Boff, publicado pela editora Vozes, em 2018.

Local: Teatro Guaíra, Rua XV de Novembro, 971, Centro.

 

:: 7 de junho, quinta-feira ::

9h às 12h – Seminários Temáticos: As políticas públicas para a construção do projeto popular e soberano para a agricultura
Palestrantes:
– Leonardo Melgarejo, presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN) e coordenador do Grupo de Trabalho sobre Agrotóxicos e Transgênicos da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA).
– Cláudia Schmditt, professora do Curso de Pós-graduação em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
– Armelindo Rosa da Maia, dirigente das Cooperativas da Reforma Agrária do Paraná
Coordenação: Alfio Brandemburg, do Centro de Estudos Rurais e Ambientais do Paraná (CERU) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e Ceres Hadich, agrônoma e coordenação estadual do Movimento dos Agricultores Rurais Sem Terra (MST).
Realização: CERU, Departamento de Economia Rural e Extensão da UFPR e MST.

Local: Teatro da Reitoria, Rua XV de Novembro, 1299 – Centro.

9h às 12h – Educação do Campo e Agroecologia na construção da emancipação
Palestrante: Representante da Articulação Paranaense pela da Educação do Campo.
Coordenação: Sônia Scwendler, integrante da Articulação Paranaense por uma Educação do Campo e professora da UFPR; Valter Leite, graduado em Pedagogia da Terra e mestre em Educação e integrante do Setor de Educação do MST.
Realização: UFPR Litoral, Departamento de Educação da UFPR; e MST.

Local: Anfiteatro 100 da Reitoria, Rua XV de Novembro, 1299.

9h às 17h – Intercâmbios com oficinas agroecológicas
Programação específica a seguir.

14h às 16h – Seminário: Consequências dos Agrotóxicos à Saúde Humana e à Natureza
Palestrantes:
– Larissa Bombardi, professora doutora no Departamento de Geografia e no Programa de Pós Graduação em Geografia Humana da Universidade de São Paulo (USP).
– Leonardo Melgarejo, presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN) e coordenador do Grupo de Trabalho sobre Agrotóxicos e Transgênicos da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA).
Coordenação: Paulo Perna, do NESC-UFPR, e Naiara Bitencourt, da Terra de Direitos.
Realização: NESC/Observatório Agrotóxicos-UFPR; Departamento Nutrição e do Programa de Pós-Graduação em Alimentação e Nutrição; Enconttra; Campanha contra os Agrotóxicos e Pela Vida; e ABA.

Local: Teatro da Reitoria, Rua XV de Novembro, 1299, Centro.

14h às 16h – Soberania Alimentar e o protagonismos das mulheres na construção da Agroecologia
Coordenação: Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento
Setor de Ciências Agrárias da UFPR; Centro de Estudos Rurais e Ambientais do Paraná (CERU); projeto de extensão EKOA: Direito Ambiental para tod@s; e Coletivo de Estudos sobre Conflitos pelo Território e pela Terra – ENCONTTRA.
Realização: Enconttra; Ekoa; Setores de Educação e de Nutrição da UFPR; CERU; e MST.

Local: Anfiteatro 100 da Reitoria, Rua XV de Novembro, 1299, Centro.

18h – Conferência: O golpe na democracia e nos direitos: o judiciário na criminalização da política e das lutas sociais
Palestrantes:
– Vera Karam de Chueiri, professora de Direito Constitucional e diretora da Faculdade de Direito da UFPR.
– Darci Frigo, coordenador da Terra de Direitos e vice-presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos.
– Diorlei Santos, advogado das Cooperativas do MST e mestre em Direito Cooperativo pela UFPR.
Coordenação: Katya Isaguirre Torres, professora de Direito Ambiental da UFPR.
Realização: Terra de Direitos e projeto de extensão EKOA: Direito Ambiental para tod@s.

Local: Teatro da Reitoria, Rua XV de Novembro, 1299 – Centro.

20h – Show com Ana Canãs

Local: Praça Santos Andrade.

9h às 17h – Intercâmbios com oficinas agroecológicas
(Programação a seguir).

:: 8 de junho, sexta-feira ::

8h30 às 12h – Plenária Estadual dos Comitês Populares pela Democracia
Conferência: Projeto para o Brasil e a construção da hegemonia popular
Palestrante: Neuri Rosseto, integrante da coordenação nacional do MST.

Local: Teatro da Reitoria, Rua XV de Novembro, 1299, Centro.

9h – Seminário de Articulação das Redes de Economia Solidária Campo e Cidade
Realização: Tecsol – Incubadora de Economia Solidária da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo (Cefuria) e empreendimentos/redes de Economia Solidária.

Local: Auditório da UTFPR, rua Sete de Setembro, 3165, Rebouças.

8h45 às 12h45 – Oficina: Saúde da Trabalhadora e Trabalhador do Campo
Realização: Carlos Minayo e Jorge Mesquita, da FIOCRUZ; Elver Moronte, Nanci Ferreira Pinto, Paulo de Oliveira Perna e Silvia Albertini, do Observatório do Uso de Agrotóxicos e Consequências para a Saúde Humana e Ambiental do Paraná – NESC/UFPR; e Coletivo de Saúde do MST.

Local: Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR), Rua Marechal Deodoro, 630 – 22º andar, Conj. 2201 – Centro Comercial Itália (para acessar o local, é preciso apresentar um documento de identidade).

13h30 – Seminário: Campo e cidade: caminhos na construção de uma cultura política emancipadora
Palestrantes:
– Juliana Bonassa, coordenadora do Coletivo Nacional de Cultural do MST e mestra em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e mestra em Desenvolvimento Cultural Comunitário na Universidad de Oriente de Cuba.
– Bella Gonçalves, assessora em co-vereança da Gabinetona das vereadoras Áurea Carolina e Cida Falabella (PSOL), integrante das Brigadas Populares, doutoranda em Pós Colonialismos e Cidadania Global pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (Portugal) e em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Realização: UFPR Litoral e MST.

Local: Teatro da Reitoria, Rua XV de Novembro, 1299 – Centro

14h às 16h – Apresentações Culturais na Praça Santos Andrade


:: 9 de junho, sábado ::

10h – Conferência: A arte, a ciência e a cultura da luta na construção do projeto popular para o Brasil
Palestrantes:
– Patrícia Jaime, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e integrante do Núcleo de Pesquisa Epidemiológica em Nutrição e Saúde (NUPENS).
– Pastora Romi Bencke, secretária-geral do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil.
– João Pedro Stédile, integrante da coordenação nacional do MST e da Frente Brasil Popular.

Local: Palco da Terra, Praça Santos Andrade. 

12h30 – Roseane Santos, cantora reconhecida pelos trabalhos com samba e música brasileira, vai interpretar Clementina de Jesus.

14h – Mulamba, banda curitibana que vão do rock à música erudita, com vocais femininos de peso e som com instrumentos de cordas e percussão.

15h30 – Viola Quebrada, grupo curitibano inspirado na riqueza da música caipira e da vida no campo.

17h – Show com Otto, cantor, compositor e percussionista pernambucano.

18h – Bateria da Escola de Samba Paraíso da Tuiuti, do Rio de Janeiro.

Local: Todos os shows serão no Palco da Terra


PROGRAMAÇÃO CULTURAL

As atividades são no Palco da Terra (em frente à escadaria do Prédio Histórico da UFPR) e no Chão de Estrelas (em meio à Feira Agroecológica).

:: 6 de junho, quarta-feira ::

16h – Filhos da Terra, apresentação musical das crianças integrantes do projetos da Abai – Fundação Vida para Todos.
Local: Palco da Terra

18h – Espetáculo “Aconteceu no Brasil, enquanto o ônibus não vem”, com o Arte da Comédia.
Local: Chão de Estrelas

19h – Fandango Caiçara, bailado e batido, com o grupo Mandiquera da Ilha de Valadares.
Local: Palco da Terra

:: 7 de junho, quinta-feira ::

10h – Nação Guarani, grupo de rap composto por indígenas guarani.
Local: Palco da Terra

12h – Brigada de AgitProp (Agitação e Propaganda) do Coletivo de Juventude do MST.
Local: Chão de Estrelas

13h – Cantadeiras, mulheres do MST com repertório de músicas latino-americana e popular brasileira; e intervenção do Coletivo LGBT do MST
Local: Palco da Terra

15h – Teatro de Mamulengo, o teatro de bonecos popular no Brasil.
Local: Chão de Estrelas

16h – Baquetá, com o espetáculo Baquetinhá, musical totalmente interativo. Com jogos de mãos, teatro de bonecos e percussão corporal, o público é convidado a participar durante toda a apresentação.
Local: Palco da Terra

18h – Parabolé, com o espetáculo Le Pifolé, sobre a paixão do menino Lê por seu instrumento feito à mão, o pífano. Parlendas e diálogos rimados anunciam a entrada de personagens populares que dançam interagindo com o público.
Local:  Chão de Estrelas

19h – Forró de Rabeca, temas autorais, instrumentais e canções com texturas urbanas e recursos tecnológicos.
Local: Palco da Terra

20h30 – Ana Canãs, cantora e compositora de São Paulo.
Local: Palco da Terra

:: 8 de junho, sexta-feira ::

10h – Mãe Terra, apresentação musical de integrantes do projetos da Abai – Fundação Vida para Todos.
Local: Palco da Terra

12h – Trupe dos Encantados, de artistas do MST.
Local:  Chão de Estrelas

13h – Orquestra Latino Americana da Unespar, formada por alunos, professores, egressos e músicos da comunidade, interessados em conhecer, praticar e divulgar canções da América do Sul, da América Central e do Caribe.
Local: Palco da Terra

15h – Teatro Lambe-Lambe, formado por um palco em miniatura confinado em uma caixa preta de dimensões reduzidas, com apresentações para um espectador por vez. Vão se apresentar:
– Caixa “Emiliano”, da Tato Criação Cênica;
– Caixa “Na Varanda”, da Trágica Cia de Arte;
– Caixa “Quarto de Bebê”, da Trágica Cia de Arte;
– Caixa “Muquifo”, da Carol Scabora;
– Caixa “A bailarina e o palhaço”, da Cia Lumare;
– Caixa “Quintal que tal”, da Tato Criação Cênica.
Local: Chão de Estrelas

16h – Coletivo Dunyaben, dança e percussão tradicional da cultura do oeste africano e fusão entre toques tradicionais e elementos da world music contemporânea.
Local: Palco da Terra

18h – Estudo de Cena apresenta “A Farsa: ensaio sobre a verdade”, narra a trajetória do grupo em sua pesquisa sobre o Massacre de Eldorado dos Carajás.
Local:  Chão de Estrelas

19h – Alohabana, grupo de música “guajira” latino-americana (son montuno, guaracha, rumbas,son cubano, tumbao, boleros e cha-cha-chas) formado em Curitiba/PR.
Local: Palco da Terra

 

:: 9 de junho, sábado :: 

12h30 – Roseane Santos, cantora reconhecida pelos trabalhos com samba e música brasileira, vai interpretar Clementina de Jesus.

14h – Mulamba, banda curitibana que vão do rock à música erudita, com vocais femininos de peso e som com instrumentos de cordas e percussão.

15h30 – Viola Quebrada, grupo curitibano inspirado na riqueza da música caipira e da vida no campo.

17h – Show com Otto, cantor, compositor e percussionista pernambucano.

18h – Bateria da Escola de Samba Paraíso da Tuiuti, do Rio de Janeiro.

Local: Todos os shows serão no Palco da Terra

Curitiba recebe um dos maiores eventos de agroecologia do Brasil

17ª Jornada de Agroecologia será de 6 a 9 de junho, no Centro da capital paranaense.

Foto: Leandro Taques 

O Centro de Curitiba vai receber, entre 6 e 9 de junho, a 17ª edição da Jornada de Agroecologia, um dos maiores eventos dedicados à agroecologia do Brasil. Criado em 2002, o evento tem caráter itinerante e chega pela primeira vez na capital do estado.

Ao longo dos quatro dias, a população da capital e da Região Metropolitana poderá consumir alimentos agroecológicos que estarão à venda em uma feira na praça Santos Andrade. A estimativa dos organizadores é reunir cerca de 60 expositores. Junto à feira, haverá espaço para a “Culinária da Terra”, com barracas de pratos típicos da região sul do Brasil.

Foto: Eduardo Vernizi

A conferência de abertura será no teatro Guaíra, com presença confirmada do teólogo Leonardo Boff e da artista Letícia Sabatella. Dezenas de seminários, oficinas, shows e atividades culturais também estão garantidas na programação, previstas para ocorrer na Reitoria e no Prédio Histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O Pátio da Reitoria vai receber o “Túnel do tempo“, em que estudantes do ensino fundamental e médio, vindos de assentamentos e acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), vão apresentar a história da agricultura, até chegar ao momento atual e à agroecologia.

A Jornada é organizada por mais de 40 movimentos e entidades do Paraná, entre movimentos do campo, universidades e centros de formação. Entre eles está o MST, as universidades Federal e Tecnológica do Paraná (UFPR e UTFPR), além de entidades como a organização Terra de Direitos e o Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo (Cefuria).

 

Agricultura familiar, assentados e acampados da reforma agrária, comunidades quilombola e coletivos de economia solidária estarão presentes na Jornada. “São estas experiências que apontam para uma proposta de agricultura diferente, desde o ponto de vista da economia e de uma produção sustentável, até a educação e a cultura“, garante o dirigente estadual do MST, Roberto Baggio.

Para Baggio, esta edição ganha caráter histórico por ser realizada pela primeira vez em Curitiba, em uma parceria com universidades que pulsam a produção científica no estado. “Estaremos no centro da ciência e da capital que, junto com a Região Metropolitana, reúne cerca de 4 milhões de habitantes. Nossa intenção é apresentar a agroecologia para a sociedade como um todo, e também aprofundar o debate nos diversos ramos de pesquisa científica“.

A parceria com as instituições ocorre pela participação de professores e estudantes dos setores de Agronomia, Medicina, Nutrição, Psicologia, Enfermagem, Geografia, Filosofia, Sociologia e Pedagogia.

 

Foto: Riquieli Capitani
O que é agroecologia?

A agroecologia é um tipo de agricultura que tem como princípios a humanização e o caráter popular, por ser mais acessível e respeitar o conhecimento tradicional, agregando outros conceitos e tecnologias, conforme explica Ceres Hadich, integrante da coordenação estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

“É mais do que substituição de insumo ou de técnica, é parte de uma postura perante a vida. Para além da produção de alimentos saudáveis, queremos produzir outra forma de vida”, afirma. E reforça o aspecto do respeito à natureza, aos recursos naturais e aos seres humanos, com o olhar para as gerações atuais e futuras.

De acordo com Ceres Hadich, as Jornadas são “grandes escolas populares” para agricultores e para a sociedade em geral, com o objetivo de multiplicar a agroecologia como modelo alternativo à monocultura e ao uso de agrotóxicos.

Alto uso de veneno

A contaminação dos alimentos por agrotóxicos é uma realidade confirmada por um Dossiê da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), divulgado em 2015. Segundo a pesquisa, 70% dos alimentos in natura consumidos no país estão contaminados por agrotóxicos, e 28% desses alimentos contém substâncias não autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os impactos do consumo cotidiano de alimentos contaminados ainda não são mensurados de maneira completa, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que os agrotóxicos causam 70 mil intoxicações agudas e crônicas por ano.

O Paraná é conhecido como estado forte no agronegócio, fato que o coloca na posição de terceiro maior consumidor de agrotóxicos do país. A cada ano, cerca de 96,1 milhões de quilos de agrotóxicos são utilizados no estado, de acordo com dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), de 2013. De todo o estado, a região de Cascavel é a que mais consome veneno na agricultura.

Serviço:

17ª Jornada de Agroecologia

Data: de 6 a 9 de junho

Local: Reitoria e Prédio Histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e Praça Santos Andrade, no Centro da capital.

Mais informações: www.jornadaagroecologia.com.br | facebook.com/jornadade.agroecologia

Programação

Prefeitura de Rio Bonito do Iguaçu é ocupada por Acampadas(os) e Assentadas(os) do município

Por Jaine G. de Amorin
Fotos: Thiarles França/MST

No dia de ontem (23/04), por volta das sete horas da manhã, cerca de 500 agricultoras(es) acampadas(os) e assentadas(os) ocuparam a prefeitura municipal de Rio bonito do Iguaçu.

Segundo os manifestantes, a ocupação é decorrente do descaso da prefeitura com os acampamentos do município. A pauta de reivindicações é por direitos básicos que são negados pelo poder público municipal, especialmente relacionados à saúde e educação. Segundo Toni Escobar, coordenador da escola Itinerante Herdeiros do Saber e acampado no Acampamento Herdeiros da Terra de I de Maio, várias reuniões foram realizadas com a atual administração, porém os acordos firmados  nunca foram cumpridos.

No início deste ano, a prefeitura iniciou serviços de melhoria das estradas que dão acesso ao acampamento, onde se localiza a Escola Itinerante Herdeiros do Saber, mas não concluiu as obras. As péssimas condições das estradas  impedem que os educadores(as) possam chegar, em dias de chuva, até a escola. Reformas para a escola solicitadas à prefeitura também não foram efetivadas. O descaso com a saúde também é grande, pois não é mais disponibilizado atendimento médico no acampamento, o que dificulta o acesso à saúde para as famílias acampadas. As péssimas condições das estradas também dificultam a locomoção de entrada e saída do acampamento, o que leva a uma demora no atendimento em casos urgentes de saúde.

A prefeitura segue ocupada por prazo indeterminado e as aulas da escola itinerante estão sendo realizadas no local. Escobar ainda comenta sobre a formação pedagógica que os estudantes estão tendo em frente a prefeitura “A escola Herdeiros do Saber participa ativamente da mobilização, pois e a perspectiva e o projeto de escola itinerante  deve estar onde estão as famílias”.

Todas as atividades pedagógicas das turmas, tanto do turno matutino quanto vespertino, estão ocorrendo em frente à prefeitura, juntamente com apresentações e manifestações dos estudantes que erguem faixas pedindo melhorias na educação.

Também no dia de ontem, os manifestantes participaram da seção ordinária na Câmera de Vereadores onde um  projeto de lei de autoria do executivo foi votado e aprovado por unanimidade. O Projeto permite a execução de melhorias das estradas que dão acesso ao futuro Assentamento Herdeiros da Terra de Primeiro de Maio.

 

Revisado por Luis C. Costa
Trabalho de Assessoria de Comunicação realizado com apoio

Se o campo não planta: A cidade não janta!

Mais de 12 toneladas de feijão orgânico foram produzidas e comercializadas por famílias acampadas na região Centro do Paraná.

Por Jaine G. de Amorin

Cerca de 100 famílias organizadas em 3 grupos de produção nos acampamentos da região Centro do Paraná comercializaram 12,5 toneladas de feijão orgânico, das variedades Preto (7.500 Kg), Cavalo Rajado ou Cariocão (2.000 Kg) e Carioca (3.000 Kg). As vendas foram realizadas através da Comercializadora da Reforma Agrária, vinculada ao CEAGRO, que levou a produção aos Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, além da capital paranaense. A produção seria ainda maior, não fosse o período de chuvas intensas na época de colheita, responsável por perdas na ordem de 50%, segundo estimativa dos produtores. O valor recebido pelas famílias produtoras foi mais que o dobro do feijão convencional, um estímulo a mais para a produção de alimentos orgânicos.

Foto: Disponibilizada pela Comercializadora

As áreas de produção são certificadas pela Rede Ecovida de Agroecologia. Os três grupos formados por famílias acampadas são organizados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e estão localizados nos acampamentos Dom Tomas Balduíno e Vilmar Bordin, do município de Quedas do Iguaçu, e Herdeiros da Terra de Primeiro de Maio, município de Rio Bonito do Iguaçu. Além da comercialização do feijão para outras regiões e estados vizinhos, as famílias também estão comercializando diversos produtos orgânicos em feiras e mercados da região, abastecendo escolas através do PNAE, além de vendas para empresas de alimentos orgânicos.
Contabilizando somente a produção feita nos acampamentos dos municípios de Rio Bonito do Iguaçu e Quedas do Iguaçu, estima-se que cerca de 40 à 50 toneladas de alimentos orgânicos sejam comercializadas até o final de 2018.
As famílias recebem assessoria técnica do Centro de Desenvolvimento Sustentável e Capacitação em Agroecologia – CEAGRO, que também articula a comercialização em rede. O eng. Agrônomo Christiano Boza, responsável pela Comercializadora, aponta que a região tem potencial para ser uma grande produtora de feijão agroecológico. Comparando com a produção de arroz feita pelo MST no Rio Grande do Sul, ele faz um prognóstico otimista para a região, pois sabe que com dedicação pode se tornar realidade. “Se no Rio Grande do Sul eles são os maiores produtores de arroz agroecológico da América Latina, nós podemos aqui nos tornar os maiores produtores de feijão agroecológico”.

Foto: Disponibilizada pela Comercializadora

Boza ressalta ainda a importância de abastecer o mercado local com produtos de qualidade e a preço justo. “Abastecer o mercado local é uma prioridade e um principio, o fato de não ser preciso deslocar os produtos por grandes trajetos mantém a qualidade e um preço menor para o consumidor. (…) No entanto observamos que a região não consegue absorver toda a produção, e por isso nos articulamos para levar a produção aos grandes centros onde se tem uma maior demanda”, completa o agrônomo do CEAGRO.
Tarcísio Leopoldo (agricultor e militante do MST, integrante do grupo Agroecológico Produzindo Vidas do acampamento Dom Tomas Balduíno, local onde reside desde a ocupação), nos diz o quanto foi e é importante a venda dos feijões, pois prova de forma concreta que a produção agroecológica pode ser feita em grande escala. “Dentro do grupo de agroecologia a venda foi importantíssima para fortalecer o debate que já vem sendo construído desde o começo do acampamento e se reafirma com esse fato concreto (a comercialização dos feijões), que se pode produzir não apenas para o consumo, mas também em grande quantidade”.
Leopoldo ainda destaca que essa conquista só foi possível graças ao trabalho em grupo proporcionado pela dinâmica da Rede. “Junto com a Rede Ecovida é possível comercializar os produtos, pois se tem uma organização em grupo onde todos colaboram.” Tarcísio, ainda cita a produção convencional feita no acampamento onde os agricultores não estão organizados em grupo, dificultando a comercialização. “A produção convencional no acampamento teve mais dificuldade em comercializar, pois os agricultores tiveram que pagar frete, caro, para levar os produtos até o destino. Já no grupo de agroecologia a forma de organização facilitou a comercialização, pois a Comercializadora do Núcleo Luta Camponesa conseguiu articular, junto as/os agricultoras/es, que os produtos fossem pegos dentro do acampamento e levado direto até os grandes centros.” Ele ainda nos conta que as famílias dos Grupos Agroecológicos já estão fazendo o seu plano de produção, na área já certificada, para o próximo período.
A organização das famílias sem terras nos mostra o quanto a luta por Reforma Agrária Popular e a produção agroecológica são importantes em um país que ainda possui uma alta concentração de terras e um dos que mais consome agrotóxicos no mundo.

Revisado por Luis C. Costa

 

Trabalho de Assessoria de Comunicação realizado com apoio 

A construção das Escolas Itinerantes: A educação no MST

Matéria Também Publicada no Jornal Impresso Terra Vermelha

Por Jaqueline Bueno

As Escolas Itinerantes são construídas em espaços de luta e resistência do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Essas escolas possuem como intuito garantir os processos de educação em espaços de disputa, os acampamentos. Com organização e coletividade garantem as condições necessárias para que toda criança tenha acesso a escolarização desde a educação infantil até o ensino médio.

Com isso, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ao longo dos seus 34 anos de história, vem se propondo a construir uma educação que perpasse o âmbito formal da escola pública. Além disso, as Escolas Itinerantes foram criadas para que acompanhassem a luta das famílias e seu movimento.

Foto: Danielson Postinguer/Comunicação-MST

Além, de serem frutos da necessidade concreta de ter condições de acessar o conhecimento historicamente acumulado, justamente no espaço em que vivem, também foi possível construir uma própria pedagogia em pensar os processos educativos.

Desse modo, as Escolas Itinerantes fazem parte do MST, porque cultivam práticas e concepções de educação que se aproximam dos seus objetivos de luta. Logo, trazem o vínculo com a “Pedagogia do Movimento” e, esta que, por sua vez traz reflexões específicas na sua concepção de educação com “base histórica, materialista e dialética para a qual é preciso considerar centralmente as condições de existência social em que cada ser humano se forma” (FREITAS, SAPELLI, CALDART, 2013, p.12).

Além da proposta curricular experimentada atualmente, chamada de Complexos de Estudo, as escolas de acampamento possuem uma dinâmica de organização que está em sintonia com os princípios do MST, por uma concepção de educação alicerçada na formação de lutadores e construtores de uma nova ordem social.

Foto: Danielson Postinguer/Comunicação-MST

As Escolas Itinerantes são autorizadas institucionalmente pelo Estado. A primeira escola de acampamento surgiu no estado do Rio Grande do Sul no ano de 1996, e alguns anos depois passaram a funcionar em mais cinco estados brasileiros sendo estes; Paraná (2003), Santa Catarina (2004), Goiás (2005), Alagoas (2005) e Piauí (2008). Mas, destes estados citados acima, apenas o Paraná e o Piauí, possuem Escolas Itinerantes em seus acampamentos. No Paraná, foram legalizadas em 2003, pelo Conselho Estadual do Paraná (CEE).

Na região centro do Paraná, a Escola Itinerante Herdeiros do Saber foi construída em 2014, com a ocupação de um dos maiores latifúndios de terra em Rio Bonito do Iguaçu utilizados de forma improdutiva pela empresa Araupel S.A (madeireira de celulose). Em 2015, o MST ocupa o restante da fazenda que corresponde área dessa mesma empresa, mas em Quedas do Iguaçu e constrói a Escola Itinerante Vagner Lopes.

Essas escolas possuem forte vínculo com a luta pela educação do campo, pois consolidam em suas práticas pedagógicas o estudo da história, do trabalho, da cultura, da organização coletiva e da luta social. São práticas educativas que estão conectadas com a vida das crianças e da suas famílias, que buscam formar lutadores e lutadores de uma nova sociedade. Mesmo em condições precárias de estrutura física educam as crianças para a verdadeira vida. Desse modo, com organização e coletividade produzem saberes referente à sua realidade, porque “educação do campo: direito nosso, dever do Estado e compromisso da comunidade”.

Foto: Danielson Postinguer/Comunicação-MST

Trabalho de Assessoria de Comunicação Realizado com apoio 

Produção Agroecológica vem avançando na Região Centro do Paraná

Matéria também divulgada nos sites  www.midiasemterra.com.br  e  www.mst.org.br


Por: Jaine G. de Amorin

Em meio ao deserto verde de eucaliptos e pinos da Araupel, que não alimenta e nem gera renda a população, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do acampamento Dom Tomás Balduíno, em Quedas do Iguaçu, região centro do Paraná vem produzindo alimentos orgânicos e gerando renda as famílias acampadas.

No acampamento, as famílias organizaram um grupo de produção agroecológica e transformam a luta pela terra em algo mais lindo e fascinante. O grupo vem crescendo e quebrando a lógica da produção de monocultura, com 36 famílias que se reúnem mensalmente para definições internas, de plantio, comercialização, mas também de forma extraordinária sempre que se faz necessário.

Nesse mês de fevereiro, o grupo completa um ano de organização, produzindo em mais de 22 alqueires certificados pela Rede Ecovida. A área foi escolhida estrategicamente para o plantio agroecológico, onde é produzida uma grande diversidade de alimentos e variedades entre as espécies, só de feijão está sendo cultivadas mais de 32 variedades, além da produção de milho, arroz, amendoim, batata, girassol, ervilha, abóbora, mandioca, hortaliças em geral, entre outros.

Para garantir a qualidade dos alimentos orgânicos e defende-los dos inimigos naturais sem prejudicar a fauna e a flora, o grupo tem uma sala especifica para o preparo de caldas orgânicas.  Essas caldas têm funções variadas, contra doenças causadas por fungos e bactérias, mas também de afastar insetos que prejudicam o desenvolvimento da planta e de seus frutos.

Foto: Comunicação/MST

O grupo também recebe um grande apoio, do Centro de Desenvolvimento Sustentável e Capacitação em Agroecologia – CEAGRO, para assistência técnica, acompanhando desde o plantio até a comercialização dos mesmos. A assistência técnica fornecida pelo CEAGRO conta com oficinas de manejo dos plantios, preparo de caldas orgânicas e outros. O grupo também conta com o Calendário Biodinâmico, que contém as informações sobre os melhores dias para fazer o manejo das diferentes espécies cultivadas.

A comercialização dos alimentos que ainda é um grande desafio para os agricultores, atualmente é feita através de feiras, mas também já é levada pra outras regiões  para ser comercializado pelo núcleo Luta Camponesa.

Para Itacir Gonçalves, acampado e Integrante do grupo Agroecológico Produzindo Vidas, é muito importante estar organizado em grupo. “Pra mim, fazer parte desse grupo e fazer parte de uma formação técnica política a céu aberto. Pois sempre estamos aprendendo seja no plantio, nas conversas informais ou nas reuniões, pois debatemos para alem do nosso plantio, debatemos questões políticas, técnicas e também sobre como será no assentamento” completa o camponês.

O objetivo do grupo não é o lucro em dinheiro e sim o lucro que se tem quando se cuida da natureza e quando se alimentamos de forma saudável. “Queremos sempre ter uma produção agroecológica, farta e diversificada, pois sabemos que temos o compromisso de alimentar nossas famílias de forma saudável e o excedente comercializar, no entanto, a preço justo, buscando não entrar na rota mercantilista de produtos orgânicos com preços abusivos”, diz Gonçalves.

O técnico do CEAGRO, Rodrigo da Silva, destaca a importância da troca do conhecimento entre o profissional e os agricultores durante a realização das oficinas. “Usamos os princípios da agroecologia e da educação do campo para criar ambientes onde todo mundo ensina e aprende. Esse diálogo de saberes é fundamental para a valorização do conhecimento do agricultor”.

A produção agroecológica é a melhor maneira de se produzir, mas para isso é preciso romper com o sistema, assim como se rompe quando se ocupa um latifúndio. A luta por reforma agrária, também é uma luta por uma alimentação saudável.

Foto: Comunicação/MST

 

Trabalho de Assessoria de Comunicação realizado com apoio 

Alimentação Saudável: um direito

Matéria Também Publicada no Jornal Impresso Terra Vermelha

Por Leonardo Xavier

Informações sobre a fome divulgadas pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) aponta que atualmente, com dados de 2016, há no mundo aproximadamente 815 milhões de pessoas subalimentadas, sendo que 155 milhões são crianças com menos de 5 anos de idade. A alimentação é um direito humano que ainda hoje não é exercida plenamente.

Outro questionamento que deve estar presente quando falamos de alimentação é a qualidade dos alimentos que estão disponíveis e são ofertados. Há uma forte tendência à padronização da alimentação em nível mundial, onde se tem uma série de produtos nas prateleiras dos supermercados oriundos dos mesmos ingredientes, tendo principalmente o milho, trigo, arroz, soja e cevada como matéria prima.

Estas commodities são produzidas via de regra em monocultivos estabelecidos em grandes áreas visando o abastecimento do mercado mundial. Estes monocultivos são também altamente dependentes do uso de agrotóxicos, tanto que o Brasil é hoje o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. O agronegócio tão propagandeado como “pop, tec e tudo” não solucionou e nem solucionará o problema da fome e ainda deixa para as comunidades locais os impactos de sua forma de produzir.

Contraditoriamente o direcionamento das políticas públicas segue priorizando recursos para o modelo de produção baseado na lógica do agronegócio. Políticas que privilegiam a agricultura familiar e camponesa e que contribuem para promover a diversificação dos sistemas produtivos estão tendo seus recursos escassos, como é o caso dos programas institucionais para compra direta de alimentos da agricultura familiar (PAA e PNAE), recursos para a reforma agrária e assim por diante.

Foto: Thiarles França

Os movimentos camponeses organizados na Via Campesina defendem por sua vez a proposta de soberania alimentar, considerando esta como sendo o direito dos povos a alimentos nutritivos e culturalmente adequados, acessíveis, produzidos de forma sustentável e ecológica, e o direito a decidir seu próprio sistema alimentar e produtivo. Esta proposta de certa forma está presente na discussão e legislação atual brasileira sobre Segurança Alimentar e Nutricional.

Uma questão fundamental deste debate é que a alimentação deve ser um direito, mas também é um direito a decisão sobre a forma de se produzir. Os camponeses por tradição histórica manejam sistemas produtivos mais diversificados, basta olhar para a prática dos camponeses de nossa região que veremos que é comum a diversidade, tanto de cultivos vegetais (feijão, milho, mandioca, hortaliças, frutas, batata doce, etc) quanto de animais (galinhas, porcos, gado, etc).

Quando são estabelecidos sistemas produtivos mais diversificados, consequentemente se passa a ter menor dependência do uso de agrotóxicos. Ou seja, os sistemas camponeses diversificados são capazes de, ao mesmo tempo, produzirem alimentos sem os mesmos impactos negativos gerados pelo agronegócio e servirem como base para a diversificação e melhoria da qualidade dos alimentos disponíveis à população.

Se queremos portanto um futuro onde tenhamos alimentos saudáveis e sistemas produtivos que não contaminem nem os recursos naturais e nem a saúde humana, os camponeses e agricultores familiares devem ser vistos como protagonistas fundamentais. Por isso as propostas de políticas públicas e projetos de desenvolvimento precisam ter isso como ponto fundamental, inclusive para buscar a solução para o lamentável problema da fome, que não deveria existir em nenhuma sociedade dita civilizada.

Foto: Thiarles França

Trabalho de Assessoria de Comunicação realizado com apoio 

GRUPOS AGROECOLÓGICOS

Matéria Também Publicada no Jornal Impresso Terra Vermelha

Por Rodrigo Silva 

Chamamos de Grupo o conjunto de sujeitos que se unem em prol de um objetivo comum, que no caso dos participantes da Feira Regional de Economia Solidaria (FESA) é o avanço da Agroecologia e da Economia Solidária. Eles podem ser Cooperativas, Associações ou Grupos Informais. Guardadas as devidas proporções, podem-se indicar as seguintes características dos Grupos Agroeocológicos:

  1. Diálogo de Saberes como Estratégia para a Construção do Conhecimento: os saberes e os fazeres dos agricultores são valorizados. A partir desta valorização, novas opiniões de técnicos, pesquisadores e consumidores se somam. Aumentando assim o conhecimento acerca da Agroecologia e da Economia Solidária.
  2. Produção Diversificada de Alimentos: ao invés de produzir um ou dois gêneros alimentícios, os Grupos Agroecológicos apostam na diversidade como caminho para geração de renda e promoção da soberania alimentar. Num levantamento feito com famílias do Núcleo Luta Camponesa, identificou-se mais de 80 espécies consumidas e comercializadas em 10 Grupos.
  3. Comercialização Baseada nos Princípios da Economia Solidária: os Grupos priorizam que sua produção seja comercializada em relações onde “todos ganham”, como feiras, cestas, entregas diretas e afins. Nestes espaços, os consumidores ganham na medida em que se alimentam de produtos saudáveis. Já os agricultores são beneficiados ao receberem um preço justo por seus produtos.
  4. Aumento da Cooperação: graças a práticas como mutirões, reuniões ou atividades culturais (festas, almoços e afins), as famílias dos Grupos Agroecológicos tendem a criar um ambiente de cooperação entre si. Esse processo faz com que os problemas em comum muitas vezes sejam tratados de forma coletiva, aumentando assim as possibilidades de resolução

Atualmente, o CEAGRO vem apoiando mais de 30 Grupos inseridos em 10 municípios dos Territórios da Cidadania Cantuquiriguaçu e Paraná Centro. Eles são vinculados ao Núcleo Luta Camponesa da Rede Ecovida de Agroecologia, Coletivo Regional de Mulheres e Coletivo Regional da Juventude. Estes Grupos são responsáveis pela maioria dos espaços de comercialização encontrados na  FESA que acontece anualmente na cidade de Laranjeiras do Sul, PR.

Acampamento Herdeiros da Terra de I de Maio, Município de Rio Bonito do Iguaçu/PR. Fonte: Arquivo CEAGRO

Trabalho de Assessoria de Comunicação Realizado com Apoio